quinta-feira, 19 de agosto de 2010

SBT comemora 29 anos nessa quinta

Há 29 anos, às 10h do dia 19 de agosto de 1981, entrava no ar uma das mais populares emissoras de TV do Brasil, a TVS, que futuramente teria seu nome alterado para Sistema Brasileiro de Televisão, ou simplesmente, SBT. A nova emissora passou a ocupar o canal 4 de São Paulo, antiga frequência da TV Tupi na cidade, que teve suas operações encerradas um ano antes. O projeto era a realização de um sonho pessoal do apresentador e empresário Silvio Santos, que já vinha tentando formar uma rede nacional de televisão desde a década de 70.

Divulgação/SBT
Em 29 anos no ar, o SBT se consolidou com uma das maiores redes de televisão do país e tem sua história confundida com a de seu proprietário, Silvio Santos, considerado o homem sorriso da TV brasileira e que serviu – e serve até hoje – de inspiração para os profissionais de televisão.
São cerca de cinco mil funcionários e 109 emissoras que distribuem o sinal do SBT a 182 milhões de telespectadores, o que representa 96% dos lares brasileiros.
Primeiros anos
A emissora foi construída com o apoio de amigos de longa data de Silvio Santos, como o humorista e redator Manoel de Nóbrega, criador do humorístico “A Praça da Alegria”, que foi incorporada pela emissora com o nome de “A Praça é Nossa” em 1987.
Em seus primeiros anos, o SBT era obrigado pela legislação a exibir 12 horas de programação diária. Para isso, optou por criar uma grade voltada ao público C, D e E, composta por desenhos, filmes, jornalismo e o “Programa Silvio Santos”, que ocupava quase toda a programação de domingo da emissora. Em pouco tempo, o canal conquistou uma posição de destaque em audiência e, em seu segundo ano de operação, viu sua participação em audiência atingir 30%.

Gugu Liberato foi revelado pelo SBT; 30 anos depois, se mudou para a Record
Divulgação/SBT
Em sua primeira década, alguns artistas marcaram a história do canal ao lado de Silvio Santos, como J. Silvestre, Flávio Cavalcante, Raul Gil, que retornaria a casa mais de 20 anos depois, Moacyr Franco e a revelação Gugu Liberato. Além deles, o palhaço Bozo marcou a infância de muita gente.
Programas de auditório
Ao abordar a história do SBT é impossível não falar dos programas de auditório. Presentes desde o início do canal, esse tipo de atração tornou-se a cara da emissora, sobretudo o “Programa Silvio Santos”, que preenchia quase toda a programação dominical da rede.
A atração, no ar até hoje sob novo formato, consistia na exibição de vários quadros apresentados por Silvio Santos. Alguns deles se destacaram e entraram para a história da TV brasileira, como o “Domingo no Parque”, o “Show de Calouros”, o “Rolentrando”, a competição musical “Qual é a Música?” e o marcante “Topa Tudo Por Dinheiro”, quadro em que Silvio Santos imortalizou frases como “Quem Quer Dinheiro?” e a cena dos aviõezinhos em dinheiro jogados para a plateia. A atração consistia em um mistura de brincadeiras no palco e com a ‘colegas de trabalho’ do apresentador, além das divertidas câmeras escondidas.
Chaves, Chapolin e tramas mexicanas
A parceria com a rede mexicana Televisa sempre foi uma das apostas do SBT. Desde seus primeiros anos, a rede veiculava produções da parceira latino-americana. Em 1984, o canal estreou os seriados “Chaves” e “Chapolin”. As histórias do menino do barril e do herói colorado caíram no gosto da criançada e se tornou uma das maiores audiências do SBT, inclusive nos dias atuais.

“Chaves” faz parte da história do SBT
Divulgação
Enquanto isso, as novelas mexicanas começavam a cair no gosto do público brasileiro, acostumado com os folhetins clássicos da TV Globo. Tramas como “Os Ricos Também Choram” (1982) e “Chispita” (1984) fidelizaram público. Pouco tempo depois as novelas “Maria do Bairro”, “Maria Mercedes” e “Marimar”, todas protagonizadas por Thalia, se tornaram sucesso nacional. No início da década de 90, outra conquista. A novela infantil “Carrossel” virou febre no país, bateu recordes de audiência, assustando a hegemonia global. Já no final da década de 90, o SBT veiculou outro grande sucesso mexicano, a novela “A Usurpadora”, protagonizada pela atriz Gabriela Spanic.
Teledramaturgia nacional
Com o sucesso dos folhetins mexicanos, o SBT optou por não investir continuamente em produções nacionais. Mesmo assim, a rede de Silvio Santos produziu grandes novelas, com destaque para “Éramos Seis”, “Os Ossos do Barão”, “As Pupilas do Senhor Reitor” e “Pérola Negra”, atualmente reprisada nas tardes da emissora. Vários atores passaram pela telinha do SBT, como Ana Paula Arósio, Dalton Vigh, Irene Ravache, Othon Bastos, Marcos Caruso, Tarcísio Filho, entre tantos outros que seguiram suas carreiras na Globo.

“Uma Rosa com Amor”, de Tiago Santiago, foi exibida até o último dia 16
Divulgação/SBT
Em 1997, através de uma parceria com a emissora argentina Telefe, o canal de Silvio Santos lançou a novelinha infantil “Chiquititas”, que ganhou a produção de cinco temporadas, todas gravadas na Argentina. A trama escrita por Cris Morena ganhou a ajuda de autores brasileiros e revelou jovens talentos como Marcos Pasquim, Débora Falabella e Bruno Gagliasso.
Nos últimos anos, o SBT produziu vários remakes de novelas mexicanas de sucesso, como “Cristal”, “Maria Esperança” e “Pícara Sonhadora”. Entretanto, após o fim do contrato com a Televisa, a emissora optou por voltar a produzir novos folhetins nacionais e sua teledramaturgia sofreu um novo impulso com a chegada do novelista Tiago Santiago, autor de sucessos na Record.

Um universo infantil
Não foram apenas “Chaves” e “Chapolin” que animaram a garotada durante os 29 anos do SBT. A emissora sempre apostou no público infantil, desde o “Domingo no Parque”, de Silvio Santos, aos inúmeros desenhos transmitidos ao longo de sua trajetória.
Na década de 80, o grande destaque foi o irreverente palhaço de cabelos vermelhos Bozo, inspirado no original americano. Ao som de “Alô Criançada, o Bozo Chegou”, Bozo, Vovó Mafalda, Salci Fufu e toda a trupe do programa animava a criançada com brincadeiras e desenhos.

Yudi e Priscilla comandam atualmente o “Bom Dia e Cia”
Divulgação/SBT
Porém, o formato circense acabou perdendo espaço no início da década com a consolidação dos programas infantis de auditório apresentado por charmosas garotas. Enquanto a Globo investiu em Xuxa, o SBT apostou em Mara Maravilha no “Show Maravilha”, que ficou no ar por cerca de sete anos. A atração apresentava brincadeiras, músicas e era intercalada por desenhos de sucesso como “Cavalo de Fogo” e “Os Ursinhos Carinhosos”. Mas o investimento na área infantil não ficou apenas em Mara. Em pouco tempo, uma série de apresentadores infantis foi lançado pela rede, como Eliana, que voltaria a emissora no ano passado para comandar uma atração dominical para toda família, Mariane, Simony e Sérgio Mallandro, que apresentava o “Oradukapeta”.
Em 1993, a loirinha Angélica, que fazia sucesso na Manchete, foi contratada pelo SBT para apresentar o “Casa da Angélica”. Em pouco tempo a apresentadora virou sucesso e passou a comandar o “Passa ou Repassa” e o “TV Animal”. A audiência conquistada por Angélica chamou a atenção da Globo, que acabou a contratando em 1996. Além da chegada de Angélica, o ano de 93 também foi marcado pela estreia do “Bom Dia e Cia”, primeiramente apresentado por Eliana. A atração que apresentava quadro educativos mesclados com desenhos animados também foi comandado por Jacqueline Petkovic.
No final de 2003, a atração passa por uma reformulação e Silvio Santos resolve investir em crianças à frente do programa e focar apenas em desenhos. Na nova fase, a dupla infantil Jéssica Esteves e Kauê Santin passa a comandar a atração. Dois anos depois, a dupla foi substituída por outro casal infantil, formado por Priscilla Alcântara e Yudi Tamashiro. Fortalecido pela parceria com os estúdios Warner, que disponibilizou um grande pacote de desenhos para a emissora, a atração chegou a liderar com frequência a audiência no início dos anos 2000. E o contrato com a Warner rendeu à emissora frutos em suas sessões de filmes, como a “Tela de Sucessos”, o “Cine Espetacular”, o “Oito e Meia no Cinema” e o “Cinema em Casa”, que passaram a veicular produções campeãs de bilheteria.

Jornalismo e esportes

Apesar de apostar mais em sua linha de shows, o SBT destacou-se em alguns momentos pela sua cobertura jornalística e esportiva. Na década de 90, foi lançado o jornal policialesco “Aqui Agora”, que em pouco tempo virou sucesso no início da noite. O formato do programa acabou servindo de inspiração para jornalísticos de outras emissoras, como o “Cidade Alerta” e o “Brasil Urgente”.

Boris Casoy se destacou no comando do “TJ Brasil”
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Já na linha de telejornais, Boris Casoy comandou com êxito durante cerca de dez anos o “TJ Brasil”. O jornal se tornou um marco na história da TV brasileira por seguir o estilo americano, em que o âncora emite suas opiniões logo após a veiculação das principais matérias. O bordão “Isso é uma vergonha!”, dito pelo jornalista, caiu na boca da população brasileira.
Mais recentemente, após um período de poucos investimentos, o jornalismo da casa voltou a receber atenção. Com a chegada de Ana Paula Padrão, o SBT estreou um novo telejornal na faixa das 19h. Em 15 de agosto de 2005, entrava no ar o “SBT Brasil”. No final do ano seguinte, a jornalista deixou a bancada sendo substituída por outro grande nome da reportagem brasileira, Carlos Nascimento. Outra novidade na grade da emissora foi a criação do “Conexão Repórter”, programa de reportagens conduzido pelo experiente repórter investigativo Roberto Cabrini, que no passado já produziu reportagens para o “SBT Repórter”.
Outro setor que sempre foi deixado de lado por Silvio Santos foi o jornalismo esportivo. Entretanto, a emissora se destacou em algumas transmissões como a da Copa do Brasil, a da Copa Mercosul e a da Fórmula Indy, que era chamada de Fórmula Mundial. O SBT ainda transmitiu a conquista do tetracampeonato da Seleção Brasileira nos Estados Unidos em 1994.
Humor em destaque
O tradicional humorístico “A Praça é Nossa” estreou em 1987 no SBT e se tornou a principal atração humorística do canal de Silvio Santos. Pelo banco da praça, criado por Manuel da Nóbrega e conduzido atualmente por seu filho, Carlos Alberto de Nóbrega, vários personagens conseguiram tirar risos do público em casa. São os casos de Velha Surda, Zé Bonitinho, Jeca Gay, Cabrito Tevez, Filomena, o ceguinho de Geraldo Magela, Batoré, Guajarina, Vera Verão, Araponga e Pacífico, esse último vivido pelo humorista Ronald Golias, que já esteve em outros programas humorísticos do canal como “A Escolinha do Golias”, ao lado de Nair Bello, e “Meu Cunhado”, com a companhia de Moacyr Franco.

Carlos Alberto de Nóbrega é o homem do humor do SBT
DivulgaçãoOutra personagem da “Praça” que acabou ganhando programa próprio no canal foi a Filó, de Gorete Milagres, que teve sua atração humorística batizada com seu tradicional bordão “Ó Coitado”. Jô Soares também emprestou seu talento humorístico ao canal, com o programa “Veja o Gordo”, porém o apresentador fez sucesso na casa no comando de um outro tipo de atração.
Seguindo a sua tradição no humor, o SBT exibe nesta quinta (19) um “A Praça é Nossa” especial, comemorando o aniversário da emissora. No programa, todo o casting de artistas do canal participará, tendo a oportunidade de conversar com Carlos Alberto de Nóbrega e um dos personagens do humorístico.
Espaço para entrevistas
Durante a década de 90, o SBT foi a emissora com o maior espaço dedicado às entrevistas. Uma das atrações mais clássicas era o “Jô Soares Onze e Meia”, formato semelhante ao atual “Programa do Jô”. A atração recebeu ao longo dos quase 12 anos em que ficou no ar, diversos famosos, como o ex-presidente Fernando Collor de Mello, a apresentadora Xuxa Meneghel e o ator Carlos Villagrán, intérprete de Quico no seriado “Chaves”.

Jô Soares comandou programa de entrevistas no SBT
Divulgação
Em 1991, o SBT inovou no formato de entrevistas ao contratar Serginho Groisman, que se destacava na TV Cultura. Era criado o “Programa Livre”, uma das atrações juvenis de maior sucesso da telinha brasileira. No programa, os jovens da plateia participavam fazendo perguntas aos entrevistados, uma característica própria de Serginho que criou o bordão “Fala Garoto”. Após a saída do apresentador para a Globo, o SBT tentou dar continuidade a atração, com Babi Xavier, sem obter sucesso.
Além deles, Marília Gabriela com suas entrevistas frente a frente marcou as noites de domingo. Com várias passagens pela emissora, a jornalista comandou o “De Frente com Gabi”, com seu estilo único de entrevistar. Recentemente, ela retornou ao SBT para retomar o projeto nas noites de domingo.
Na onda do reality show
Para não ficar atrasado no tempo, o SBT seguiu a tendência internacional e investiu na onda dos programas de realidade. O de maior sucesso foi a “Casa dos Artistas”, que confinou 12 celebridades em uma casa no ano de 2001. A emissora surpreendeu a própria Globo, que havia adquirido o formato semelhante do “Big Brother”. E o sucesso da atração apresentada por Silvio Santos foi arrasador, derrotando por larga diferença o tradicional “Fantástico” nas noites de domingo.

“Casa dos Artistas” iniciou a fase de realities no SBT
Divulgação
Porém com o lançamento do “Big Brother” pela Globo, o formato acabou sendo desgastado e não conseguiu mais repetir os desempenhos de 2001, quando a emissora atravessou a sua melhor fase em audiência. Além desse, o SBT produziu vários outros formatos de reality show com sucesso como o “Popstars”, que revelou a banda “Rouge” e “Br’oz”, as duas primeiras temporadas de “Ídolos”, “Supernanny”, “O Grande Perdedor” e atualmente exibe o “Esquadrão da Moda” e o “Qual é o Seu Talento?”.

Uma máquina de fazer sortudos
Como não poderia deixar de ser, a emissora do Grupo Silvio Santos, que possui o Baú da Felicidade e a Telesena, premiou muita gente pela TV. Tanto com grandes valores, como nos sorteios da Telesena e nos programas do Baú da Felicidade ou em atrações como o clássico “Show do Milhão” de Silvio Santos, no qual participantes precisavam responder uma série de perguntas para levar para a casa o prêmio de R$ 1 milhão e os games “Gol Show”, “Topa ou Não Topa” e “Um Contra Cem”, ou com pequenas quantias como no “Fantasia”, “Charme”, “Sessão Premiada”, “Programa do Ratinho”, entre tantos outros.
Uma fábrica de fazer TV
O SBT se modernizou e cresceu com o tempo e para atender as novas demandas precisou construir um moderno centro de estúdios. Em 19 de agosto de 1996, no aniversário de 15 anos da rede, foi criado o Centro de Televisão da Anhanguera (CDT), conhecido também como Cidade da Televisão.

Centro de televisão do SBT, em Osasco/SP
Divulgação/SBT
Com isso, a emissora aposentou os antigos estúdios, que ficavam localizados em cinco pontos diferentes da cidade de São Paulo: Vila Guilherme, Rua Camarés, Teatro Ataliba Leonel, Sumaré e Anhanguera. O investimento foi de cerca de US$ 120 milhões.
O complexo está instalado em uma área de 231 mil m², com área construída de 85 mil m² e conta com oito estúdios, além de uma área disponível para a construção de cidades cenográficas para as novelas. Todos os setores da emissora estão presentes no CDT, como as áreas de concepção, produção e veiculação.
O local ainda oferece aos funcionários 700 vagas de estacionamento, ambulatório médico, restaurantes, cafeteria, lanchonetes, salão de beleza, loja de conveniência, banco, praça de esporte e um amplo heliponto.

Hoje

Atualmente, o SBT é a terceira maior emissora do Brasil, perdendo para Globo e Record, com quem briga diretamente desde 2004.
Em sua grade de programação, destaques para o “Qual é o seu Talento?”, “Conexão Repórter”, “Aventura Selvagem”, “Esquadrão da Moda”, “Programa Raul Gil”, “Domingo Legal”, “Eliana” e “Programa Silvio Santos”, dentre vários outros.

Após 11 anos na Record, Eliana volta ao SBT
Divulgação
Uma das próximas novidades do canal é o “Topa ou não Topa”, consagrado programa comandado por Silvio Santos, que agora volta em nova versão apresentada por Roberto Justus. O SBT também prepara “Corações Feridos”, novela de Íris Abravanel prevista para estrear em novembro, além do próximo folhetim de Tiago Santiago, que deve começar a ser exibido em março de 2011.
A emissora também deve estrear nos próximos meses o reality show “Solitários”, que consiste em isolar participantes em cabines, que simulam solitárias, submetendo-os a provas de resistência física e psicológica. O vencedor é o que resistir por maior tempo ao confinamento.
Aproveitando os seus 29 anos, o SBT lança hoje seu novo site, mais moderno, dinâmico e interativo. Uma nova vinheta inter-programas também está no ar.
PARABÉNS SBT !!!

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